terça-feira, 22 de julho de 2014

Inside

Interessantes recordações nesta tarde.
Cresci com os pés descalços, com os làbios engordurados de pão doce. Antes de ir para a escola, meio copo de gemada trazia sustância.
Estilingues eram armas potentes e cartas eram presentes com laços de fita. Comidas requentadas em panelas.
Todavia, os sobreviventes desta cultura são minoria quase declarados patrimônio histórico.
A massa futurista estende seus olhos a tecnologia e aos estudos cientificos que compulsoriamente anunciam escaladas celestes outrora intransponiveis.
E junto a evolução, mastruz com leite em jejum tornou-se obsoleto diante de càpsulas instântaneas.
Para os sobreviventes, adaptar-se, é vestir o espírito com mantas de flexibilidade.
Porém, aos pupilos, as mudanças temporais associam-se a maturidade sem raízes.
Quando maduros como frutas em ascensão, abstraem suas origens.
O politicamente correto tornou-se linguagem defensiva.
Vivemos numa época onde cédulas, etiqueta e brilho, defasaram a cultura desarmada da simplicidade.
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Lara Barros

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