quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Beatniks

A sensibilidade humana

Declarada como "ponto de vista"

De jovens libertários, extremistas

Por braços incansáveis a abafar os gritos

Inflamados por conflitos.


No discurso o cansaço

Palavras ferinas talentosas como aço.

Em cima de palcos, de luxos despidos

opostos a saltos

Cuspiam na desvalorização sistemática da sensibilidade,

Pregando nas paredes, nos textos; na alma; a igualdade.


Incineraram o sistema capitalista

Considerado como sujo, desumano e egoísta

Não lavaram a consciência

Com á água industrializada da maledicência

Tradição libertária

Anti-hierárquica, anti-centralista e anti-autoritária.


A democracia ousada e usada

Taxatoriamente como "bom dia"

Então, á queda do homem público

A ascensão do homem privado

A chegada das máquinas e a subordinação do homem ao estado.


A oposição a privatização

Defesa da manutenção do auto-conhecimento

Resumiu-se na paz interior

Na harmonia como panicéia aos homens sedentos,

Seu algoz : o sectarismo

Com discurso intransigente

Defensor do individualismo.


A consciência profética trazia novas formas de controle social

Se sobrepunha ao modelo da racionalidade científica

Proposto pela classe política

O homem produzindo em série,

Optando-se  pelo indivíduo e pela integridade humana

Um autismo coletivo

Uma classe de místicos,

Heróis

Soldados da fragilidade humana.


Lara Barros

Um comentário:

Plínio Camillo disse...

Muito mais que fagulhas poéticas ... seu texto é intenso ... com fogo ..indignação ... constatação ... e beleza ...
É um incêndio ...